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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Entre a Eurovisão e o apocalipse

Daisy Mortem

São de Bordéus, editaram este ano o seu segundo EP, "La vie c'est mort", e descrevem-no como "a banda sonora de um sonho erótico que termina com um assassinato numa discoteca obscura". Ou "uma pop fora das normas, entre a Eurovisão e o apocalipse", feita de estilhaços new wave, electro, punk, góticos e noise.

Não é uma introdução desajustada para o que se ouve ao longo das cinco novas canções dos DAISY MORTEM, sucessoras do EP de estreia "Better!Better!Better!" (2016), e a aposta recente do trio na língua materna (que substituiu a escolha do ingês na fase inicial) até ajuda a consolidar uma identidade que se afasta de uns The Faint ou The Presets enquanto aceita contaminações dos tempos cáusticos dos Soft Cell, dos Indochine ou dos mais esquecidos Taxi Girl (que revelaram Mirwais, mais tarde produtor de Madonna, e foram pioneiros da estética New Romantic na pop francesa durante a viragem para os anos 80).

A mistura é explosiva e sombria q.b. em disco, mas diz quem viu que se torna mais febril e robusta ao vivo, em actuações de euforia sonora e visual que já passaram por palcos portugueses (no Lounge, em Lisboa, ou no Maus Hábitos, no Porto, há poucos meses). Enquanto não há um regresso agendado, fica o novo videoclip, mesmo que se arrisque a ficar aquém da experiência in loco. "L'AMOUR, LE SIDA" começa como homenagem aos videojogos dos primórdios e termina com uma festa de esqueletos na pista de dança, mas vale sobretudo por dar novo fôlego a um dos temas mais potentes e aconselháveis do grupo: