Entre "The Ideal Crash" e um crush pelo jazz
Apesar de Tom Barman já ter andado na estrada há poucos meses, nas celebrações dos 20 anos de "The Ideal Crash", o terceiro álbum dos dEUS - com direito a passagem por Portugal -, está prestes a iniciar outra digressão. Desta vez, não com a sua banda mais popular mas ao lado de um projecto paralelo que tem vindo a ganhar peso nos últimos tempos: os TAXIWARS, surgidos de uma colaboração com o saxofonista Robin Verheyen à qual se juntaram o baixista Nicolas Thys e o baterista Antoine Pierre.
"Artificial Horizon", um dos álbuns a ter em conta na rentrée, é já o terceiro do grupo e mantém as coordenadas do registo homónimo, de 2015, e de "Fever", de 2016, ao permitir que o gosto do músico belga pelo jazz possa expressar-se sem grandes restrições. Essa paixão não será novidade para os fãs dos dEUS (e foi especialmente evidente nos primeiros discos), embora aqui seja o fio condutor inegável do alinhamento - o que não impede pontes com o spoken word, o rock ou o hip-hop.
Serge Gainsbourg, Miles Davis ou o praticamente esquecido MC 900 Ft. Jesus (de quem só talvez uma certa classe de 90 ainda se lembre) são apontados como referências da viagem sonora, mas continua a ser a personalidade de Barman que domina estas canções. Canções como "DROP SHOT", apresentada abaixo numa versão ao vivo para a revista belga Humo, antes da digressão europeia que arranca no fim do mês. Portugal não está na agenda, embora talvez seja só uma questão de tempo, até porque não seria a estreia dos TAXIWARS por cá...