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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Era uma vez na Islândia

Kælan Mikla

Dos Sugarcubes a Björk, dos Sigur Rós aos Múm, não têm faltado surpresas musicais vindas da Islândia nas últimas décadas. E se no ano passado outros veteranos, os GusGus, editaram um dos seus discos mais consistentes, essa esteve longe de ser a única novidade a reter surgida na ilha do norte do Atlântico.

"Nótt eftir nótt", o terceiro álbum das KAELAN MIKLA, editado em Novembro, veio dar razão a quem apostava no trio de Reiquiavique como uma das revelações locais a não deixar passar. Formada em 2013, a banda de Laufey Soffía, Margrét Rósa e Sólveig Matthildur nasceu da participação de um espectáculo de poetry slam e nunca perdeu a vertente poética, que consegue emanar das suas canções mesmo para quem não perceba uma palavra de islandês (o idioma no qual se expressa desde os primeiros tempos).

Nótt eftir nótt

Inspirado em lendas e folclore da Islândia e tendo a noite como cenário predominante, o novo disco volta a aliar uma voz intensa ao baixo, teclados ou sintetizadores, num caminho que partiu do pós-punk e que se tem tem aproximado da darkwave.

Robert Smith conta-se entre os fãs desta combinação e o grupo já assegurou as primeiras partes de concertos dos Cure e dos Placebo. Mas também tem perfil para agradar a admiradores de outros nomes, dos Joy Division aos Crystal Castles, de Grimes aos Austra. E diz quem viu que em palco as canções reforçam ainda mais a aura gótica, encantatória e teatral, até porque a banda diz não repetir o formato de espectáculo mesmo dentro da mesma digressão.

"Næturblóm", um dos temas mais recentes, é um belo e esclarecedor cartão de visita desta música que, felizmente, tem encontrado cada vez mais abrigos fora de portas. Um festival português bem poderia juntar-se à lista, tendo em conta que o trio está a percorrer palcos europeus...