Esta ainda é a era deles
A caminho do 24.º(!) álbum, os SPARKS vivem uma das fases mais prolíficas dos seus mais de 50(!!) anos de carreira. Além de "A Steady Drip, Drip, Drip", disco editado digitalmente já esta sexta-feira, 15 de Maio (e com edição física a 3 de Junho), os irmãos Ron e Russell Mael criaram um musical que ganhará forma no próximo filme de Leos Carax, "Annette" (com Adam Driver e Marion Cotillard), e a ligação ao cinema continua num documentário sobre eles assinado por Edward Wright (o realizador de "Scott Pilgrim Contra o Mundo" é um grande fã e a admiração é recíproca).
Às salas de cinema vai juntar-se também uma presença forte nos palcos (caso o coronavírus não a comprometa), com vários concertos na Europa em Outubro e uma digressão mundial em 2021 (até agora, sem datas confirmadas em Portugal).
Sucessor de "Hippopotamus" (2017), o novo álbum foi antecedido por canções que revelaram, sem surpresas, que a dupla está igual a si própria... e talvez nem seja preciso mudar depois de se chegar a uma linguagem tão apurada e ainda inimitável ao fim de tanta décadas. "Please Don't Fuck Up My World", "Self-Effacing" e "I'm Toast" serão certamente confecções apelativas para quem aprecia o sentido de humor, as melodias orelhudas e o tom teatral e barroco da pop dos norte-americanos, marcas identitárias que também vincam o single mais recente.
Reflexão agridoce sobre a ambição e a frustração criativa, "ONE FOR THE AGES" é um dos melhores temas da colheita do duo dos últimos anos, a meio caminho entre a faceta electrónica e orquestral que costuma dominar as suas canções. E mostra mais uma ligação ao cinema, já que o videoclip ficou a cargo da realizadora de animação estoniana Chintis Lundgren, que também foi a autora dos desenhos: