Há fogo neste mar
Embora conte com uma praia entre os cenários, o videoclip do novo single de EMILY JANE WHITE não tem nada de lúdico ou veraneante. As imagens que acompanham "METAMORPHOSIS" seguem antes a linha melancólica, introspectiva e outonal da folk que a norte-americana cria desde o memorável "Dark Undercoat" (2007), já lá vão seis álbuns.
O mais recente, "Immanent Fire" (2020), chegou a subir a palcos portugueses (em Coimbra e Ponte de Lima) e teve entre os pontos de partida as consequências das alterações climáticas, em especial a vaga de incêndios nos EUA nos últimos anos - e sobretudo na Califórnia, onde a cantautora reside. Não admira, por isso, que experiências de transformação e renovação guiem muitas das canções do disco, com o mundo pessoal em foco nas letras a expandir-se para um âmbito mais universal nos videoclips desta fase - como os de "Washed Away" ou "Surrender", dominados por paisagens naturais.
"METAMORPHOSIS" deixa mais um belo convite para (re)descobrir o álbum, ao juntar a voz da californiana a uma marcha percussiva e imponente, interrompida a certa altura por coros com tanto de angelical como de assombrado. Vale bem o mergulho, mas com cuidado porque pode queimar: