Não subestimemos estas canções
Das Palberta aos Data, passando pelos mais recentes @, NINA RYSER tem feito um caminho que cruza aventuras ao lado de bandas com uma obra a solo há mais de dez anos.
Se em discos como "I Hope All of Your Dreams Come True" (2016) e "Laughing Tears" (2019) a norte-americana propôs exercícios experimentais, de costela lo-fi, com temas que muitas vezes duravam menos de um minuto, em "Paths of Color" (2020) e no EP "I Miss My Dog" (2023) aproximou-se do formato canção e de uma escrita mais pessoal sem abdicar da estranheza inata à sua indie pop espartana.
"WATER GIANTS", o quarto álbum, agendado para esta sexta-feira, 20 de Setembro, traz uma mudança de rumo ao ser o primeiro que a cantautora criou fora do seu estúdio caseiro e em colaboração com um produtor, Lucas Knapp. Outros cúmplices são músicos de bandas da sua Filadélfia natal, caso de Jill Ryan (Great Time), Victoria Rose e Nino Soberon (@, Brittle Brian), Eli Kleinsmith (The Knee Jerk Reaction) e o seu marido, Gabe Adels (com quem compõe os Data).
Apresentado como o registo mais expansivo e espontâneo do seu percurso, o novo longa-duração discorre sobre o amor, a doença, o vício ou a ansiedade através de um tom confessional reforçado. "Things I Claim", a primeira amostra, juntou voz e guitarra em modo comedido, entre a folk e o rock dito alternativo de baixa voltagem. Já "UNDERESTIMATE", o segundo e mais recente single, vira-se para território tenso e barroco, com uma voz inquieta acompanhada de teclados e cordas numa disputa sinuosa e claustrofóbica. Se as canções que se seguem forem tão desafiantes, é disco a ter por perto nos próximos tempos: