Novos destinos numa via até aqui positiva
Com o oitavo álbum à porta, os XENO & OAKLANDER já podem orgulhar-se de ser um dos nomes mais coerentes e consistentes a mover-se, há quase 20 anos, entre a darkwave e a pop electrónica de perfil retro e analógico.
"VIA NEGATIVA (IN THE DOORWAY LIGHT)" está agendado para 15 de Novembro e não promete grandes rupturas com uma sonoridade que a dupla nova-iorquina explorou desde "Vigils" (2006) até "Hypnos" (2019) e "Vi/deo" (2021) - embora este último se tenha aventurado em acessos italo disco.
Descrito como um conjunto de hinos para a era cibernética, o novo disco de Liz Wendelbo e Sean McBride (AKA Martial Canterel) inspirou-se no fascínio mútuo pelo drama e personagens teatrais, a resultar em canções com relatos trágicos, traumáticos e fantasmagóricos. Mas esse negrume não é incompatível com o apelo da pista de dança: nas suas plataformas virtuais, o duo promete ritmos "cósmicos" e "sensualidade EBM" ao longo do alinhamento, saídos directamente de um estúdio caseiro que também funciona como laboratório de sintetizadores.
Os primeiros singles não traem essa garantia. E se "Magic of the Manifold" e a faixa-título deram argumentos para continuar a seguir este percurso, o mais recente, "O VERMILLION", eleva a fasquia num tema bilingue cantado a duas vozes (McBride em inglês, Wendelbo em francês), exemplo de synth-pop tão expressiva e intensa como orelhuda: