O single novo do imperador
"Gargoyle", um dos bons regressos do ano, trouxe mais um capítulo meritório à discografia de MARK LANEGAN, ao reforçar a viragem electrónica q.b. do álbum antecessor, "Phantom Radio" (2014), com a voz de barítono do norte-americano à vontade em ambientes entre o gótico, o industrial e o pós-punk - nos quais as guitarras continuam, apesar de tudo, a ser as grandes protagonistas.
As novas canções até já passaram por palcos nacionais, embora merecessem mais do que a pouca atenção que lhes foi dispensada na primeira parte do concerto dos Guns N' Roses no Passeio Marítimo de Algés, em Junho. Em compensação, o ex-Screaming Trees edita agora um segundo single para dar outro impulso ao disco depois de "Beehive", há uns meses.
"EMPEROR" é dos temas mais directos (e até orelhudos) do alinhamento, com a voz de Lanegan a comandar uma marcha não propriamente desenfreada, mas ainda assim empolgante, e que acaba por ter reflexo num videoclip inspirado na queda do ditador romeno Nicolae Ceaușescu. Filmado nos subúrbios de Talin, na Estónia, é menos linear do que a canção, com uma narrativa em círculos que fica a meio caminho entre o thriller surreal e a denúcia política: