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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

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Pela estrada fora, do flamenco ao reggaeton

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"La Fama", colaboração com The Weeknd, não tinha sido um aperitivo lá muito entusiasmante para "MOTOMAMI", o terceiro álbum de ROSALÍA (garantido para 18 de Março).

"SAOKO", por outro lado, não só não podia ser mais diferente desse primeiro avanço como é dos singles mais surpreendentes da espanhola em anos - e vem aumentar seriamente a expectativa para o sucessor de "Los Ángeles" (2017) e "El Mal Querer" (2018).

Depois de ter proposto uma leitura muito particular do flamenco, a cantautora tem-se deixado contaminar pelo reggaeton e descreve a nova canção, inspirada pela mudança e transformação, como uma homenagem ao género.

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Mas é uma homenagem pouco ou nada ortodoxa, porque embora contenha um sample de "Saoco", de Daddy Yankee com Wisin, e deva boa parte do seu efeito estonteante à percussão endiabrada, parte de um piano distorcido e tanto ganha músculo quase industrial como pisca o olho ao jazz.

Pelo caminho, deixa claro que menos pode ser mais: não vai muito além dos dois minutos de duração enquanto aposta numa estrutura saudavelmente espartana, cortesia de uma equipa de produtores que junta David Rodríguez (Los Punsetes), Michael Uzowuru (Frank Ocean), Sir Dylan (Solange) e Noah Goldstein (Kanye West).

Visualmente, também tudo bate certo por aqui, com o rastilho de energia da música a dar-se muito bem com o embalo trepidante do videoclip, dirigido por Valentin Petit e a seguir a espanhola e um grupo de motoqueiras.