Sonata de Outono
Desde a estreia, com "Dark Undercoat" (2007), EMILY JANE WHITE tem mostrado ser uma cantautora capaz de recompensar quem lhe dá atenção. Prova disso é uma discografia que, sem fugir à folk negra que lhe serviu de matriz, se manteve interessante, personalizada e consistente ao longo de cinco álbuns.
"Immanent Fire", agendado para 15 de Novembro, é o sexto capítulo que já tardava (o anterior, "They Moved in Shadow All Together", saiu em 2016), e a norte-americana assume que é o mais marcado por preocupações feministas e ecológicas, além de convidar a uma revalorização do emocional e do espiritual.
"Light", o primeiro avanço, revelado há poucas semanas, tinha mostrado a cantautora a percorrer um território que conhece bem, e pouco condizente com o título do tema - o ambiente mantinha-se tão sombrio e outonal como até aqui. Já "WASHED AWAY", a segunda canção divulgada, não coloca de parte a melancolia mas mostra-se mais esperançosa ("I got up and walked in the night/ And I refused to be washed away"), com uma luminosidade que também passa pela moldura sonora.
Embora a voz se junte ao piano, a apontamentos electrónicos e a arranjos de cordas, o resultado está muito longe de um exercício barroco e deixa intacto o tom de câmara da música de EMILY JANE WHITE. A conjugação do orgânico e do digital, que está entre as inspirações do disco, foi o ponto de partida para o videoclip: