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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Por um Halloween mais feliz

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Embora tenha um percurso quase sempre associado à música para filmes, boa parte dela icónica (do "Batman" de Tim Burton aos Simpsons), DANNY ELFMAN aventurou-se no ano passado num segundo álbum a solo, "Big Mess", sucessor do muito distante "So-Lo", de 1984. Mas se na estreia em nome próprio explorava a new wave de forma tão singular e esquizóide como ao lado dos seus Oingo Boingo (banda que se manteve activa entre inícios dos anos 80 meados dos 90 e cujos elementos colaboraram nesse disco), no registo mais recente avançou para domínios mais abrasivos, com um rock musculado de contornos industriais.

Esse salto entre géneros saiu reforçado já este ano em "Bigger. Messier.", disco que junta remisturas (de Squarespusher, Xiu Xiu ou HEALTH) e colaborações (com Trent Reznor, Iggy Pop ou Blixa Bargeld), ambas a levar mais longe os horizontes da sua música - ainda que não abandone atmosferas quase tendencialmente assombradas.

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Um dos pontos altos da segunda vida das canções de "Big Mess" é a releitura dos BOY HARSHER para "Happy", que troca a explosão do original por um ritmo mais dançável, com as guitarras estridentes a cederem a vez ao balanço irresistível dos sintetizadores (mas os arranjos de cordas da primeira versão continuam por lá). E desta vez Jae Matthews, a metade feminina da dupla norte-americana, partilha o protagonismo vocal com o autor (mais recentemente, a banda também partilhou o palco com o músico e não escondeu o entusiasmo).

Já conhecida desde o Verão, a remistura ganha agora um videoclip, não por acaso em vésperas do Halloween. Dominado por cheerleaders de pele azul em modo sorridente, desenha um imaginário à medida da obra tão sombria como delirante de ELFMAN:

Um single menos duro

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BOY HARSHER em modo luminoso e optimista? "AUTONOMY", o novo single da dupla norte-americana, talvez não chegue a tanto, mas está substancialmente distante da darkwave claustrofóbica através da qual o projecto de Augustus Muller e Jae Matthews se distinguiu.

Colaboração com Cooper B. Handy, cantor e produtor também conhecido como Lucy, que aqui assume o protagonismo vocal, está entre os temas do terceiro álbum do grupo, "The Runner", registo que é simultaneamente a (aconselhável) banda sonora da curta-metragem de terror homónima realizada pelo duo.

"Machina", um dos singles anteriores, já se tinha afastado dos territórios mais reconhecíveis deste percurso, ao oferecer um rebuçado synth-pop com sabor Hi-NRG. "AUTONOMY" não é tão efusiva, embora também recue até inícios da década de 80 com um melodismo orelhudo, assente em teclados e sintetizadores - e deve soar bem ao lado de clássicos da primeira fase dos New Order, OMD ou Depeche Mode.

O videoclip, dirigido pela dupla, alterna entre a tranquilidade de cenários campestres e uma falsa actuação televisiva, com direito a bailarinas, coreografias e até, imagine-se, ao esboçar de sorrisos entre Muller e Matthews lá mais para o final. Surpreendente, de facto: