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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Depois das discotecas, o disco (com muitos mundos lá dentro)

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Mazen Almaskati e Vish M têm revisitado juntos a herança musical árabe desde 2019, ano em que formaram os DAR DISKU para mergulhar a fundo num caldeirão feito de sons do Egipto, Turquia, Algéria, Sudão ou Etiópia. A partir de Londres, a dupla de produtores e DJs natural do Barém começou por resgatar canções do sudoeste asiático e do norte de África nos seus sets e remisturas antes de se aventurar na criação de canções este ano.

"Dbayli", ao lado do cantor argelino Yacine El Khaldi, foi um primeiro single entusiasmante e a dar o salto da tradição para a contemporaneidade mantido em "Galbi" (com a voz do tunisino Ayemn Attia e inspirações da house de Chicago e música raï, da Argélia) e "Sabir" (ao lado da turca Billur Battal e guiada pelo folcore seu conterrâneo), os outros temas já divulgados de um álbum a editar esta semana.

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O longa-duração hómino, que sai pela Soundway Records na próxima sexta-feira, 27 de Setembro, diz logo ao que vem no título. Dar Disku era uma revista de cultura pop egípcia dos anos 70 cuja tradução directa do nome é "casa do disco", e a música do duo também tem a pista de dança em vista. Mas vai muito além de referências disco: hip-hop, jazz e psicadelismo originários de geografias díspares também são parte integrante de canções nas quais os autores tocaram vários instrumentos e recorreram a sintetizadores analógicos. O duo convidou ainda outras vozes além das que já se ouviram nos singles, com destaque para Asha Puthli, referência da música indiana.

Gravado no Reino Unido, Argélia, Turquia e Tunísia, o álbum é uma janela para múltiplos mundos e épocas que tem o primeiro acompanhamento visual no videoclip de "DBAYLI", cápsula da agitação das ruas de Istambul a partir de alguns dos seus residentes mais jovens:

Não subestimemos estas canções

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Das Palberta aos Data, passando pelos mais recentes @, NINA RYSER tem feito um caminho que cruza aventuras ao lado de bandas com uma obra a solo há mais de dez anos.

Se em discos como "I Hope All of Your Dreams Come True" (2016) e "Laughing Tears" (2019) a norte-americana propôs exercícios experimentais, de costela lo-fi, com temas que muitas vezes duravam menos de um minuto, em "Paths of Color" (2020) e no EP "I Miss My Dog" (2023) aproximou-se do formato canção e de uma escrita mais pessoal sem abdicar da estranheza inata à sua indie pop espartana.

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"WATER GIANTS", o quarto álbum, agendado para esta sexta-feira, 20 de Setembro, traz uma mudança de rumo ao ser o primeiro que a cantautora criou fora do seu estúdio caseiro e em colaboração com um produtor, Lucas Knapp. Outros cúmplices são músicos de bandas da sua Filadélfia natal, caso de Jill Ryan (Great Time), Victoria Rose e Nino Soberon (@, Brittle Brian), Eli Kleinsmith (The Knee Jerk Reaction) e o seu marido, Gabe Adels (com quem compõe os Data).

Apresentado como o registo mais expansivo e espontâneo do seu percurso, o novo longa-duração discorre sobre o amor, a doença, o vício ou a ansiedade através de um tom confessional reforçado. "Things I Claim", a primeira amostra, juntou voz e guitarra em modo comedido, entre a folk e o rock dito alternativo de baixa voltagem. Já "UNDERESTIMATE", o segundo e mais recente single, vira-se para território tenso e barroco, com uma voz inquieta acompanhada de teclados e cordas numa disputa sinuosa e claustrofóbica. Se as canções que se seguem forem tão desafiantes, é disco a ter por perto nos próximos tempos: