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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Siouxsie via Shirley

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A devoção de Shirley Manson a Siouxsie Sioux tem sido assumida pela vocalista dos GARBAGE desde há muito, mas este ano é reforçada de forma especial.

No EP "Witness to Your Love", editado a propósito do Record Store Day (22 de Abril), a banda revelou a sua versão de "CITIES IN DUST", clássico (e uma das melhores canções) dos SIOUXSIE AND THE BANSHEES, incluído no álbum "Tinderbox", de 1986.

Subinhando a atmosfera caótica do original, a releitura junta uma voz possante a sintetizadores musculados, com um freensim à altura do relato distópico - aura que também marca o videoclip, assinado pela chilena Javi Mi Amor, colaboradora habitual da fase mais recente do grupo. E vem juntar-se a outras versões conseguidas dos GARBAGE, caso de "Can't Seem to Make You Mine", dos The Seeds, e principalmente da belíssima "Thirteen", dos Big Star.

Mas esta não é a única boa novidade do EP. Se a faixa título, raridade de 2008 aqui recuperada, não soa propriamente a um tesouro perdido, há surpresas mais estimulantes em duas canções que ficaram de fora do álbum "No Gods, No Masters" (2021): "Adam and Eve", em tom dream pop afectuoso, e sobretudo "Blue Betty", exemplo de sedução electrónica com riffs de alma pós-punk que merecia ter tido lugar no disco.

Rejeitada, mas revigorada

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A escolha dos primeiros singles do novo e sétimo álbum dos GARBAGE não foi muito certeira, mas não só "No Gods No Masters" revelou ter canções mais fortes do que as amostras iniciais, "The Men Who Rule the World" e a faixa-título, como começa agora a apostar em algumas das que justificam o regresso - o disco anterior tinha sido o já distante (e pouco saudoso) "Strange Little Birds", de 2016.

Depois de "Wolves", um dos pontos altos do alinhamento, é a vez de "THE CREEPS" ter direito a videoclip, uma animação a cargo do artista chileno Javi.MiAmor, colaborador habitual dos vídeos mais recentes do grupo. O tema, inspirado numa fase difícil da vida de Shirley Manson, quando foi rejeitada pela Interscope Records em 2009, deixa um olhar sobre a corda bamba entre o sucesso e o falhanço, partindo da frustração e do convite à depressão desse período.

O turbilhão emocional ganhou resposta sonora num dos momentos mais frenéticos e acelerados do novo disco, cuja urgência tem potencial para ser ainda mais explosiva ao vivo. Enquanto essa versão não chega, a gravada dá-se muito bem com a atmosfera vibrante e quase série B do videoclip: