Há sempre uma primeira vez
Apesar de andarem na estrada pelo menos até ao final do ano, com uma longa digressão nos EUA, os NINE INCH NAILS fazem questão de não recorrer ao mais do mesmo na altura de decidir os alinhamentos. Não que muitos fãs reclamassem caso o fizessem, como fazem tantas bandas, instituídas ou nem por isso... Mas há surpresas que vão marcando a diferença nos seus concertos, seja ter Gary Numan como convidado surpresa para uma versão de "Metal" ou tocar o EP "Broken" (1992) do princípio ao fim.
A maior novidade até agora, no entanto, é bem capaz de ser a estreia ao vivo de "THE PERFECT DRUG", um dos clássicos do grupo que chegou aos palcos 21 anos depois de ter surgido na banda sonora de "Estrada Perdida" (1997), de David Lynch, e de ter resultado num dos videoclips mais populares desses tempos junto de uma imensa minoria. Ao contrário de uma fatia considerável dos seus admiradores, Trent Reznor já tinha admitido, numa entrevista à Rolling Stone, não gostar particularmente da canção, mas o motivo para a não integrar nos concertos devia-se mais às condicionantes técnicas da explosão percussiva lá para o final.
A julgar pelas imagens partilhadas da actuação no Red Rocks Amphitheater, no Colorado, esta semana, essas limitações parecem ter sido contornadas. Criada numa altura em que o drum n' bass e o rock industrial ganhavam terreno, "THE PERFECT DRUG" condensou algum negrume de final do milénio enquanto levou Reznor a novos territórios rítmicos (e que teriam sucessão, por exemplo, em "Starfuckers, Inc.", outro portento). Em 2018, mantém-se como um momento invulgar na história dos NIN e prova, finalmente, que a versão ao vivo não fica a dever nada à do disco - seja na explosão, na implosão ou no que está pelo meio. Uma estreia perfeita, pois:
(via Brooklyn Vegan)