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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Um álbum à beira do abismo

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Agosto é bem capaz de ser o mês menos estimulante para edições discográficas, mas às vezes ainda se vislumbram alguns oásis no meio do deserto. Um deles talvez seja "Ever Crashing", o segundo álbum de SRSQ, projecto de Kennedy Ashlyn, que fez parte dos Them Are Us Too e dá aqui um novo passo no caminho a solo.

Entre terreno gótico e dream pop, a norte-americana tem deixado um belo conjunto de canções etéreas defendidas por uma voz envolvente, às vezes a lembrar a de Elizabeth Fraser, dos Cocteau Twins. Mas Kate Bush ou Julee Cruise também serão faróis da sua música, sobretudo de temas como "ABYSS", o single mais recente.

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Canção orquestral em câmara lenta, estende-se ao longo de sete minutos que ficam entre os mais bonitos até agora desta obra relativamente curta, depois de "Someday I Will Bask in the Sun", "Saved for Summer" e "Used to Love" já terem sido amostras promissoras para o próximo longa-duração - agendado para dia 19.

Tal como outras faixas do disco, foi inspirada por um diagnóstico de transtorno bipolar que encaminhou a autora para alguns dos seus dias mais negros, com episódios de depressão e auto-flagelação. Mas o refúgio na música acabou por tornar "Ever Crashing" um álbum de catarse depois de o antecessor, "Unreality" (2018), ter ajudado Ashlyn a fazer o luto de Cash Askew, a sua ex-colega de banda.

O videoclip, realizado pela própria ao lado de Leigh Violet, encontra-a num cenário turvo e aquático, curiosamente numa rima visual (deliberada?) com o de "Euadaemonia", cartão de visita dos Them Are Us Too: