Um disco entre o Canadá e as Baleares
Quase a completar 25 anos(!), os METRIC não mostram grandes sinais de desgaste nem de estagnação ao oitavo álbum. As primeiras impressões de "FORMENTERA", acabado de chegar esta sexta-feira, revelam que os canadianos voltam a conjugar o familiar com tentativas de expansão sonora sem que o casamento soe forçado.
Se "All Comes Crashing" e "What Feels Like Eternity", dois dos primeiros singles, não fugiram muito do habitual rock com contornos electrónicos e alma new wave (nada contra, antes pelo contrário), a canção de abertura, "Doomscroller" (que também foi um dos temas de avanço), é a mais longa de sempre da banda de Toronto, indo além dos dez minutos de duração enquanto mergulha num caos existencial inspirado pela ansiedade e paranóia do início da pandemia (período durante o qual o alinhamento foi ganhando forma).
Menos atormentada, a faixa-título, de arranque suavemente orquestral e contaminações space disco a meio, também propõe cenários até aqui inexplorados neste percurso, mas não menos condizentes com a voz de Emily Haines, a manter-se entre as mais cativantes e versáteis da sua geração.
"We will never settle, it would crush our souls", canta em "I Will Never Settle", hino tão inconformista como idealista que se move entre a melancolia e a euforia. Outro contraste, este entre amor e ódio, guia "FALSE DICHOTOMY", um dos momentos mais efusivos e borbulhantes, e provavelmente por isso promovido a novo single de um álbum para ir descobrindo ao longo do Verão. Mesmo que a inspiração estival conviva com alguma estranheza, como acontece no videoclip: