Um regresso inspirado pelos anos 90 (facção dançável)
Ao longo de dois álbuns e um EP, a música dos SEXTILE partiu do pós-punk mais agreste, do industrial ou da darkwave, mas os próximos capítulos da banda norte-americana prometem trazer a maior viragem sonora desta discografia.
"PUSH", o terceiro longa-duração e o primeiro com o selo da independente Sacred Bones, está previsto para a rentrée - chega a 15 de Setembro - e sucede ao já distante "E", EP editado em 2018, um ano antes da morte do antigo elemento Eddie Wuebben (guitarra/sintetizadores), tragédia que impôs um hiato no percurso do grupo.
Desde aí o trio de Melissa Scaduto, Brady Keehn e Cameron Michel foi revelando novos temas: uns mais promissores, caso do duplo single "Modern Weekend"/"Contortion", acesso synth-punk a meio caminho entre os Cabaret Voltaire e os Suicide; outros nem tanto, como "Crassy Mel" e "New York", que revisitaram territórios pouco entusiasmantes do breakbeat e do big beat.
"CRASH", o avanço mais recente, volta a dar motivos para ter confiança num álbum apresentado como o mais dançável de sempre dos californianos, inspirado no drum and bass, no trance e nos ensinamentos para as pistas de gente como os Prodigy, Goldie ou Josh Wink.
Não surpreende, por isso, que o novo single, tal como alguns dos anteriores, recue aos anos 90 mais sintéticos, mas desta vez para propor um cruzamento diferente e inesperado: o de acid house e dream pop, para o qual contribui a voz etérea da convidada Izzy Glaudini, a contrastar com o tom aguerrido q.b. de Keehn. O videoclip também parece recuar três décadas, com uma estética a lembrar os dias do VHS e a reforçar o sabor a pérola perdida desses tempos: