Uma banda com formação revista e editada
Os tempos mudam, algumas bandas também, e por isso dificilmente alguém confundirá os EDITORS de 2022 com clones não assumidos dos Interpol, como criticavam muitos detractores do grupo de Birmingham há quase 20 anos (é verdade, "The Back Room", o álbum de estreia dos britânicos, faz parte da colheita de 2005).
"HEART ATTACK", o novo single, não abandona por completo a herança pós-punk inegável nesta discografia mas é bem mais espacial e expansivo do que as canções que ajudaram a fazer a fama de Tom Smith e companhia. E em boa parte essa diferença deve-se à mão do novo elemento do grupo, Benjamin John Power, mais conhecido como Blanck Mass e metade dos saudosos Fuck Buttons. O autor de "Dumb Flesh" (2015), um dos grandes álbuns da década passada, já tinha sido produtor de "Violence" (2018), ainda o mais recente disco do grupo, e agora reforça a cumplicidade ao ser oficialmente parte da formação.
Se este novo caminho pode complicar a vida a quem continua à espera do regresso dos Fuck Buttons (que não dão notícias desde a participação em "Electronica 1: The Time Machine", de Jean-Michel Jarre, em 2015), também pode conduzir às melhores canções dos EDITORS em anos, ou pelo menos às mais surpreendentes.
É o caso da nova, com mais força do que muito do que se ouviu no último disco graças ao cruzamento poderoso de sintetizadores cintilantes (marca reconhecível de Power), percussão vincada e a voz de Smith, entregue ao que descreve como uma canção de amor mórbida e obsessiva. As texturas nebulosas também dominam o videoclip, com uma animação do artista visual Felix Geen a reforçar o voto de confiança nesta parceria: