Unidos dançaremos (até com saltos altos)

Como é ser diferente, indefeso, vítima da ignorância, do medo, do ódio e, em alguns casos, de violência? A resposta é o ponto de partida para a nova canção e videoclip dos KAZAKY, que marca o regresso dos ucranianos três anos após o anúncio da separação.
Formada em 2010 com um formato de trio, a boy band queer tornou-se entretanto um quinteto e continua a aliar pop electrónica dançável a coreografias elaboradas (tão perfeccionistas que Madonna recrutou o grupo para o videoclip de "Girl Gone Wild"). Mas "PUSH" destaca-se por vincar uma postura assumidamente política a uma conjugação de música e imagem que já tinha gerado controvérsia - que levou à invasão de um concerto no Quirguistão por manifestantes homofóbicos ou a acusações de imoralidade do Ministério da Cultura russo.
Não por acaso, os KAZAKY dedicam o novo single à comunidade LGBTQ+ e "a todos os que precisam de liberdade e do direito de se sentirem seguros no presente e no futuro". Nas redes sociais, assinalam ainda que esta é a sua proposta mais pessoal e uma resposta directa à intolerância de sociedades conservadoras, assim como um apelo a "viver e amar sem medo, independentemente do género, religião ou orientação sexual".

Depois de dois álbuns e de canções mais lúdicas como "What You Gonna Do" ou "Milk-Choc", defendem que "é altura de falar do que é realmente importante para todos", inquietação que os conduziu a "PUSH". "Estamos felizes por termos oportunidade de falar e voz para o fazer. Porque há muita gente que não tem", lembram.
O videoclip, assinado pelo russo Alan Badoev, leva esta vertente engajada para a pista de dança, na qual o grupo volta a não prescindir de coreografias rebuscadas e dos saltos altos. "My dance is my freedom/ My heels are my weapon", canta entre ritmos acelerados com cruzamentos de electro, house ou eurodance, numa atmosfera onde o lado hedonista acaba por ganhar ao sinuoso: