White, mas negra
Depois de um ritmo de edição impressionante, com quase um álbum por ano - "Dark Undercoat" (2007), "Victorian America" (2009), "Ode to Sentience" (2010) -, EMILY JANE WHITE tem sido mais comedida na gravação de novas canções. Tanto que "Blood/Lines", o quarto e ainda último disco, data já de 2013 e não chega para matar as saudades desta californiana inspirada por ambientes pouco ensolarados.
Mas se não há outros álbuns no horizonte para já, há pelo menos alguns temas. Em "WHAT THE WHITE BOOK SAID", de Matt Bauer, a cantautora oferece a segunda voz e ajuda a reforçar a melancolia de um encontro entre folk e rock indie, que não destoaria muito num dos seus discos - para ver e ouvir no videoclip abaixo.
Melhor ainda é escutá-la fora da sua zona de conforto, no projecto paralelo Night Shade, trio que começa a dar os primeiros passos e promete "electro negro e luxuriante". O EP de estreia, "Mother", colocado online há poucos dias, é uma bela forma de inaugurar as edições de 2016, além de revelar que a voz doce de White resulta tão bem com acompanhamento sintético como orgânico. Ouça-se "APATHY", nevoeiro de origem gótica/new wave que Bat for Lashes não desdenharia (sobretudo na fase "Two Suns"). Mais disto ao longo do ano, por favor.